Participe nas decisões do seu bem-estar


Tornar os idosos participativos no seu plano de saúde e bem-estar é uma prioridade para os profissionais de saúde. À medida que a população envelhece e o numero de idosos aumenta, os recursos médicos e financeiros vão sofrendo uma pressão crescente.
No entanto, são enumeras as razões para que os próprios seniores sejam participativos em relação ai seu envelhecimento. Muitos jovens têm uma imagem pré-concebida de que envelhecer significa ter uma saúde débil, problemas de mobilidade, declínio cognitivo e perda de independência. A realidade contudo tem bastantes diferenças, na verdade alguma dessas dificuldades associada hoje em dia com o envelhecimento, são preveníeis ou pelo menos controláveis. Os adultos podem envelhecer e manterem-se ativos fazendo escolhas que beneficiem a sua saúde em geral.

Porque se deveriam preocupar os seniores ?

Podemos viver com o argumento de que eventualmente todos temos de morrer um dia, mas porquê não aproveitar a vida enquanto se está “vivo”? Esta lógica perde-se considerando que escolhas más levam necessariamente a um fim de vida mais rápido. As pessoas vivem mais, aqueles que hoje em dia chegam aos 65 anos, podem ainda esperar viver em média mais 19,2 anos, sendo mais cinco anos que em 1960. Mais comum é a falta de interesse no bem-estar pessoal e maus hábitos de saúde, resultando em perda de mobilidade e independência e acima de tudo perda de qualidade de vida. Consideremos o seguinte:
·   Afecções crónicas como diabetes e doenças cardíacas, doença pulmonar obstrutiva crónica estão a aumentar na população idosa;
·       Muitas doenças crónicas são preveníeis com uma boa alimentação e exercício regular;
·       Em 2010, 38% dos adultos com 65 ou mais anos eram obesos, sendo que este valor tem tendência a aumentar;
·       Em 2010, apenas 11% dos adultos com 65 ou mais anos realizavam exercícios aeróbicos ou de fortalecimento muscular.
·    A faixa etária dos adultos com 65 ou mais anos é a que apresenta maior sedentarismo, estando 10 horas ou mais por dia sentados ou deitados.
·       Em 2010, 10% dos homens e mulheres com 65 ou mais anos eram fumadores ativos, no entanto 53% dos homens e 29% das mulheres eram antigos fumadores.
As consequências de más escolhas durante a vida, podem representar mais tempo necessário para auxilio e cuidados, o que pode representar um fardo financeiro muito pesado. Isto pode também aumentar a incidência de depressão nos idosos à medida que estes vão perdendo o controlo das suas vidas.

Motivar a mudança

Talvez o maior motivador para a mudança seja a percepção de controlo sobre a própria saúde. Idosos que fazem escolhas ativas com impacto na sua qualidade de vida geral, tendem a ser mais competentes. Estes quebram com o estereótipo do velho solitário, frágil, incompetente e senil. A educação pode ser um fator motivador para os idosos desenvolverem a vontade e o controlo do seu bem-estar pessoal, entendendo perfeitamente que o impacto das suas decisões pode levar a melhores opções.
Mesmo aqueles que já estejam a deparar-se com desafios ao nível físico podem obter benefícios de um estilo de vida saudável e reduzir os impactos, e em alguns casos revertendo, as afecções crónicas que levaram outrora a um empobrecimento da qualidade de vida.
Família, amigos, conjugues e cuidadores, podem auxiliar o idoso e garantir que este tem acesso aos recursos necessários para se manter ativo nas suas decisões promovendo uma vida com escolhas saudáveis. Fazer parte integrante da vida do idoso, apoiando as suas escolhas vai desencadear um aumento de interações sociais, outro fator que leva a um aumento da qualidade de vida. O desencadear destas interações sociais pode desencadear trocas de informação inter-geracionais, podendo os mais velhos mostrar aos mais novos como se envelhece de uma forma graciosa.  

Bibliografia

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